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Minha Pessoa

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Choro ou sorrio, são estados da alma. Quero e não quero, são coisas do meu coração. Lavo as minhas mágoas de braço dado com as dores e alegrias

domingo, 19 de abril de 2009

Tive por aqui à procura de textos e coisas que escrevi e aqui esta um que foi escrito em junho de 2008, não me lembro do dia em que escrevi isto e nem sei se retirei de um texto ou se fui mesmo eu que escrevi mas pensei em partilhar convosco...

E se um dia partíssemos sem rumo? Sem pensar no que fazer, sem planos, inesperadamente? Seríamos irresponsáveis ou tentaríamos quebrar a barreira de todos os dias?

Somos presos a uma família, a um projecto de vida, a um trabalho e a um rendimento que nos deixe comprar no fim do mês mais uma extravagância de fuga. Eu gostava de ser irresponsável...Pegava em mim e naquilo que me conheço desde que me pusseram neste mundo, e apanhava pelo caminho da porta aberta umas coisas que me fossem de proveito, afinal, somos seres precavidos de natureza. Perde-se o gosto pela chuva gelada que nos toca na pele, os raios quentes roçando ao de leve de um Sol que um dia não estará mais cá, por todas aquelas “coisas” que nunca pensamos, não nos damos ao trabalho pois se não nos são rentáveis, de que vale prestar atenção? Eu agarro-me a estes valores da desconstrução mental é por isso que não tenho o medo, o medo de me desprender de tudo e todos, o medo de falhar com alguém. Não sou apático muito menos insensível, só não sou um ser preso como todos os outros.

Terei responsabilidades? Muitas, mas fujo na minha ilusão porque a minha “barca da fantasia” ainda não arde. O meu sonho está perto de mim e cada dia me deparo mais com esta ilusória realidade. Faço a minha fuga. Deixo tudo o que sinto e parto para o meu destino de Primavera, voando por céus de fogo, de estrelas e de paz. Se eu pudesse voar fora da minha imaginação restrita a sonhos, voava para longe e parava o tempo em meu redor para não avançar mais. Sentiria a minha pele arder rasgada do Sol, suada da vida e plena de conquista, a conquista do sonho.

Enquanto caminho para aquela porta finalmente destrancada os meus pés arrastam-se com o peso da consciência, as minhas mãos agarram-se em sangue a paredes negadas de liberdade e a minha mente ordena-me para que pare. Eu luto, resisto e pego num retrato de família, pego em trocos do fundo de um casaco e pego no meu coração levando-o à minha frente. Quem disse que o cérebro manda em nós, não sabe o que é a vontade humana, a vontade quase divina de um Senhor que se esconde de nós. Por fim alcanço-a, a minha entrada para o paraíso, a minha chave de liberdade e sem hesitar saio para rotas sem linhagem, sem conhecimento de mais ninguém pois só eu lutei para as alcançar.

Fecha-se um passado atrás de mim, um presente cheio de angústia de viver, de tormentos de prisão e de monotonia. Mas apercebo-me tarde de que para trás ficam aqueles a quem dei um pedaço de mim, uma lágrima de dor, um sorriso de plenitude e uma mão de descanso, aqueles a quem um dia proferi palavras de amor. Agora, é tarde... Ao contrário do que pensava sou como todos, egoísta e egocêntrica, pensei em mim e em mais ninguém. Larguei-me da vida e fui fútil o suficiente para pensar que isso podia resolver todos os meus problemas. Agora encaro-me com a certeza de que sou humano, que sou um erro do molde que sempre foi defeituoso e finalmente percebo o significado de saudade.Eram capazes de largar tudo sem consciência do caminho de dor que deixam para trás e do futuro de incertezas que se alonga pela frente? Se pudessem, fariam-no.

A escrita de um sonho de um homem ou mulher que um dia grita dentro de si um aclamar de “basta”. O “basta” da dor de viver que todos temos mas todos, sem excepção, escondemos...

junho 2008

1 comentários:

Jonas Matos disse...

acho que é tipico do adoloescente :D